segunda-feira, 1 de novembro de 2010

OBRIGADO, BRASIL!



          Depois de séculos de colônia, de impérios cujos tronos eram ocupados por portugueses, de repúblicas de café com leite, de ditaduras civis e militares, de neoliberalismos que só trabalhavam para o capital especulativo, o Brasil finalmente prova que mudou.
           Acostumamo-nos a sermos governados por gente de nossas elites. Vimos, ao longo de 500 anos, nossa terra ser saqueada, e nossas riquezas serem escoadas descaradamente para fora de nossas fronteiras. Vimos nossa força de produção, empresas estatais, cujo verdadeiro dono era o povo, e que davam lucro, serem vendidas a preço de banana para o capital estrangeiro. Vimos setores estratégicos de nossa economia terem seus monopólios estatais transformados em monopólios privados. Vimos nosso país ser transformado em uma mistura de  cassino com paraíso fiscal.
           Então um dia apostamos em um homem do povo. Operário de chão de fábrica, que gosta de uma cachacinha e de futebol, que fala com erros de concordância, que fala a linguagem do povo, que sabe se fazer entender pelo povão, que perdeu um dedo em um acidente de trabalho, que teve a coragem de liderar greve durante a ditadura. Esse homem colocou de vez o Brasil no mapa do mundo. Vimos então nosso país registrar os maiores aumentos na história do salário mínimo. Vimos o país registrar os menores índices de desemprego da história. Vimos o país pagar a dívida com o FMI, vimos serem inauguradas 12 novas universidades públicas e 214 novas escolas técnicas federais. Vimos o aumento da oferta do crédito. Vimos o acesso à universidade ser facilitado, bem como o acesso à inclusão digital. Vimos chefes de família que trabalhavam combatendo a dengue no Rio de Janeiro, e que foram cruelmente postos na rua pelo então ministro da saúde José Serra, demissão essa que teve como conseqüência a maior epidemia de dengue da história do estado, serem reintegrados e receberem todos os salários atrasados. Vimos o Brasil tecer novas relações comerciais no MERCOSUL, com a África do Sul, China e Índia, e com isso a crise que assolou os Estados Unidos e a Europa quase não nos afetou. Vimos os antigos monopólios privados serem desfeitos, e assim muitos serviços ficaram melhores e mais baratos, graças à concorrência. Vimos a indústria naval ser retomada, com plataformas de petróleo sendo construídas no Brasil, quando o interesse de nossas oligarquias era gerar  esses postos de trabalho em outro país. Vimos até novas estatais sendo criadas, para proteger nossas riquezas. O lucro da PetroSal será todo investido em obras sociais, isso foi tornado lei. Vimos até o presidente dos Estados Unidos dizer: “esse é o cara”.
           Vimos corrupção? Claro que sim. Mas não foi como sempre vimos antes. Até então se colocavam panos quentes sobre a corrupção, tudo era abafado, e ninguém ficava sabendo de nada. Mas no novo Brasil as coisas vieram à tona, nada ficou escondido. Gente do povo não sabe colocar panos quentes em cima.
           Ainda assim o Brasil cresceu. Saiu gente da linha da pobreza como nunca antes da história desse país, se me permitem o clichê. O Risco-Brasil, que mede o nível de confiança do mercado internacional no país, nunca foi tão baixo, tão favorável. Isso significa que o mundo passou a confiar no Brasil como um país para se investir como jamais ocorrera antes. Culpa do homem do povo. E olha que juravam que o mundo jamais confiaria nele.
           E agora nosso povo mantém sua sede por mudança. Nada de trazer de volta a águia norteamericana disfarçada de tucano. Nada de trazer de volta quem vendeu nosso país. Nada de trazer de volta quem congelou nossa economia, fazendo com que apenas especuladores e banqueiros ganhassem dinheiro. O que faz um país crescer não são os blefes das bolsas de valores, que compra e vende papéis falsos, moeda podre. O que verdadeiramente faz um país crescer é o TRABALHO! Educação e trabalho, esse é o lema!
           No esteio das revoluções, depois do homem do povo que bebe cachaça, joga uma pelada e fala errado, elegemos uma mulher. Mas também mulher do povo, mãe, avó, guerreira, que enfrentou os horrores da ditadura, que foi militante, que foi presa e torturada, e que representa essa nova tomada de consciência. O povo quis o homem do povão. Agora ele quer a mulher. Mas acima de tudo, o que o povo está dizendo é:
NAO QUEREMOS A VELHA ORDEM DE VOLTA!
Parabéns aos povo. Parabéns ao Brasil. Parabéns a todos nós.